Alimentos da estação

Não há motivos para duvidar que a Natureza é sábia em tudo o que faz. Se ela nos dá melancias, bem podemos saber que é no verão, a estação em que precisamos nos hidratar. Se ela nos dá laranjas – ricas em vitamina C, nem precisamos pensar muito para concluir que é no inverno, a estação em que nos protegemos dos resfriados. Esta lógica nos mostra o sentido de comer os alimentos da estação, já que eles trazem exatamente o que precisamos na época em que nos são oferecidos por esta sábia mãe.

O consumo de alimentos da estação também beneficia o nosso bolso, já que é muito mais barato comprar os alimentos que estão abundantes do que os que não estão. Além disso, garante a diversidade na nossa dieta durante o ano todo, e temos menos chances de comprar produtos envenenados. Afinal, para serem ofertados fora da sua estação, os alimentos passam por processos químicos de envenenamento ou até de alterações biológicas, como os transgênicos.

Não é só a época que determina os alimentos mais adequados para a nossa alimentação, mas o local também. Não é a toa que a araucária é uma árvore comum em lugares frios. Além de fornecer lenha, ela também é fonte do pinhão, que é alimento altamente calórico. A compra de alimentos produzidos localmente também é mais barata, não só para o nosso bolso mas também para a Natureza, pois eliminamos os custos de transporte dos alimentos. Estes custos, além de encarecerem os alimentos, também poluem o ambiente.

Alimentos locais e da estação são facilmente encontrados em feiras locais, onde podem ser adquiridos diretamente dos próprios produtores. Com esta prática, não colaboramos com as empresas multinacionais que, além de venderem alimentos envenenados, exploram trabalhadores em boa parte do mundo e deixamos de incentivar a agricultura totalitária.  Se quisermos comer coisas diferentes, que tal aproveitar para fazer isso durante as férias? Conhecer outros lugares inclui conhecer outras culturas, e uma das coisas mais características da cultura de um povo é a culinária.

Existe também a possibilidade de plantarmos a nossa própria comida, possibilidade esta limitada pelo espaço onde moramos. Mas mesmo que possamos plantar somente alguns tempêros, já vale a pena, pois a satisfação de comer algo plantado com as próprias mãos transcende o paladar. Para uma alimentação adequada, não é preciso muito esforço, mas sim confiança na sabedoria da Natureza e observação do que ela está nos oferecendo.  E se não ficarmos satisfeitos com aquilo que nos é oferecido no local onde moramos, que tal questionar se estamos vivendo em um lugar propício?

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